Deus, meu melhor amigo imaginário

Reflexões controversas diante do SAC divino

Gosto de pensar em Deus como meu melhor amigo imaginário, e nem bem começo a escrever este texto, já ouço a voz d’Ele me dizendo para tomar cuidado, não com o que vou escrever, mas com a reação das pessoas. Afinal, quem avisa, amigo é. E estamos falando d’Ele!

Antes que a turma da Santa Inquisição me recomende para a fogueira, explico. Nunca O vi se revelar para ninguém em público e, até onde eu saiba, Ele vive dentro de cada um. E mesmo que haja quem diga poder senti-Lo, para vê-Lo numa forma que não seja a do Inri Christo, é preciso imaginá-Lo. Logo, Deus é o amigo imaginário universal.

Não da Universal. Não confunda!

Por alguma razão desconhecida, Ele, em algum momento de Sua eterna existência, adotou essa postura low-profile. Aparecer ou falar em público? Não com Ele. Como é onisciente, onipresente e opinipotente (assim como Google e Meta), Ele fala direto ao ouvido de cada um.

Isso me leva a crer que o grande problema da humanidade esteja na audição. Claramente, Deus está falando, e as pessoas não escutam!

E outra: quem garante que a voz que você ouve é, mesmo, Dele?

Se ficou em dúvida, vem comigo que a gente chega lá.

Para lidar com esse enigma divino, basta lembrar: querer não é poder.

E nem tudo que você pode fazer… você deve fazer.

E toda vez que escuto aquela “voz” dizendo que eu posso, mas sei que não devo… já entendi tudo. Talvez não seja Ele, mas o “outro”.

Exemplo? Escrever uma crônica tratando Deus como meu melhor amigo imaginário.

Resistir às tentações nem sempre é fácil. Me julguem!

Eu sei que os caminhos Dele são misteriosos, que Ele escreve certo por linhas tortas e que tudo acontece porque Ele tem Seus motivos. E longe de mim criticar a Sua eterna sapiência.

Mas que essa conversa poderia ser um pouquinho mais clara, isso poderia!

Deus fala ao pastor: “ajude”. O cara entende “roube”. Problema óbvio de falta de clareza.

Tiozão do Zap: o Altíssimo diz “Ame ao próximo como a ti mesmo”. O cara não tem culpa de entender “xingue, cuspa e poste no Instagram”. Falta contexto na explicação!

Outro dia, conversei com Ele e até citei David Ogilvy, que alguns hereges dizem ter sido uma espécie de “deus” da comunicação.

Disse um dos “inventores” da propaganda moderna que “comunicação não é sobre o que a pessoa fala, mas sobre o que a outra entende”.

Do alto de Suas misteriosas mensagens, Ele me disse:

“Filho, leva-se o burro até a beira d’água, mas não é possível obrigá-lo a bebê-la.”

Não sei o que Ele quis dizer. Talvez tenha sido somente imaginação, ainda assim, eu O agradeci.

Ó grande Krishna, Ser Supremo, o Guru de Arjuna!