Entre o dito e o não dito mora o silêncio, aquela pausa constrangedora que, essa sim, fala mais do que mil palavras.
O bom do silêncio é que ele não precisa de complemento, assim como não admite subordinação. O silêncio é. E se basta em si.
Mas o silêncio também pode ser apenas uma pausa, uma reflexão, um breve hiato que prenuncia o que está por vir.
O silêncio pode ser longo e carregar consigo tudo o que deveria ter sido dito e não foi. Pode também ser curto, interrompido por sua arquirrival: a eloquência.
Sim, a eloquência é inimiga do silêncio, porque esta só se vale do que é dito e não entende pausas e reflexões. É a sobreposição. O ataque. A palavra que vai sem nunca ser contida.
Assim como o silêncio é, a eloquência está. Sempre eufórica, apressada. Não contempla, porque é o verbo em ação, o gerúndio que não termina.
Ser eloquente é tão importante quanto saber ouvir.
Se perder na eloquência é tão perigoso quanto se afogar no silêncio.
Porque, para ter voz, é preciso ser ouvido. Irônico, não?
Entre o excesso das palavras e a falta de resposta mora a dúvida.
A infinita incerteza entre o que deveria ser dito e o que nunca se disse.
O que é melhor: a indiferença cortante do silêncio ou a dureza das palavras?
Palavras.
Tão imateriais e tão concretas que, mesmo jogadas ao ar, machucam.
Porque, quando a eloquência atropela o silêncio, resta apenas o dito pelo não dito.
Se essa crônica falou por você, ou calou onde era preciso, comente ou envie a quem entende o valor de uma pausa bem feita!
Nossa, excelente!
Boa reflexão!!
Pausas são de fato necessárias, porém, entre me perder na eloquência ou me afogar no silêncio, ainda prefiro a dureza das palavras! Não sou boa em lidar com coisas não ditas…
Para uma mente ansiosa, o silêncio abre espaço para a dúvida, e a dúvida meu amigo, essa castiga mais do que as palavras!