Por que a culpa do tarifaço é do Papa
Tentaram esconder, mas eu encontrei as conexões e exponho, aqui, essa teia de intrigas
Nem Lula, nem Bolsonaro, nem Trump. A culpa do tarifaço, evidentemente, é do Papa, e quanto a isso não resta qualquer dúvida. A gente tinha paz. O sumo pontífice era argentino, todo mundo tolerava o cara e fingia não perceber a ajuda divina na Copa do Mundo.
Bastou o americano subir no trono de Pedro e, em vez de bênçãos, recebemos tarifas e dólar (ainda mais) nas alturas. Entre o céu e o inferno, Deus foi escolher logo o comércio exterior como ensaio do apocalipse.
Nunca pensei que um dia sentiria falta de um argentino.
Sei que você, cético leitor, cética leitora, acha exagero, pensa que o Santo Padre nada tem a ver com isso. Mas não há como fugir das evidências. Pega esse fio...
O Papa foi eleito em 8 de maio. Como Donald Trump chamou o primeiro evento em que distribuiu insultos e tarifas?
Libertation Day.
Todos sabem que o Libertation Day acontece em 9 de maio, ou seja, um dia depois da data de eleição do Papa. Coincidência ou rastro de uma conspiração escondida?
A gente pode até levar em consideração que o Libertation Day “original” aconteceu em 9 de maio de 1945, quando a Alemanha nazista se rendeu. E que o Liberation Day do Trump foi, na verdade, em 2 de abril, um dia depois do Dia da Mentira, bem antes da posse do Papa.
Mas a verdade é que o Trump já pensava em tarifas antes de 1945. Muito antes. Pergunta Monark pra ver se ele não confirma!
Fora que o cara se autodeclarou Leão XV. Quinze. O número exato entre o 13 do Lula e o 17 do Bolsonaro.
Isso a Globo não mostra!
O cara é o elo. Entendeu a conexão?
Eu sei. Na verdade, ele é Leão XIV. Catorze. Uma merda. Nem pra escolher o número certo. Mas talvez ele não tenha usado o XV justamente pra não dar tanto na cara. E, como essa teoria nada conspiratória é minha, faço dela o que quiser.
Agora, ninguém pode negar que o Papa seja americano. Nascido em Chicago. E americano, como se sabe, é descendente direto de britânico. E quem é o símbolo do Império Britânico? O Leão, porra! Que foi, por séculos, a representação do maior cobrador de impostos e tarifas do planeta.
Bingo!
Tá na cara, tá na história, tá no brasão! Tá tudo conectado.
Tudo bem que ele é filho de italianos, tem cidadania peruana e nasceu nos Estados Unidos meio que por acaso. Mas quem se importa? Muito melhor que a verdade é a versão que me beneficia.
Acho que o Papa deveria até adotá-la.
Aí você, abençoado leitor, abençoada leitora, se pergunta: por que raios esse cara gasta tanta energia pra culpar o Papa e deixa de fora Lula, Bolsonaro e Trump?
Simples. Porque, por dever de ofício, como isentão profissional, representante de um setor importante para a economia dos dois países, não posso falar mal de nenhum deles. Mas eu sofro, e quero detonar alguém. Desde que esse alguém não me detone de volta.
É simples, covarde e totalmente justificável.
Além disso, o Papa acabou de chegar. Ninguém sabe se é de esquerda, de direita ou muito pelo contrário.
O único risco que eu corro ao falar mal do Santo Homem é de ser excomungado, o que é melhor do que, por exemplo, ter a alma taxada em cinquenta por cento dos pecados que cometi.
Contra isso, amigos e amigas, não há negociação, Papa, reza ou isenção tarifária que resolva.
Deus me livre. Amém.
Nota do autor:
Qualquer semelhança com a construção de uma fake news não é mera coincidência. É método. E já que você chegou aqui, deixe seu comentário!
Magnitsky! Ou melhor, magnífico!